McLaren chega como favorito no Bahrein, mas ainda busca sua primeira vitória
Apesar de todo o entusiasmo em torno da McLaren nesta temporada, a equipe britânica ainda não conseguiu vencer nenhuma corrida até agora. Mesmo assim, especialistas e pilotos apostam que o time de Woking pode se destacar no Grande Prêmio do Bahrein, previsto para ocorrer em condições de calor intenso — um cenário que pode favorecer o carro da McLaren.
O ex-piloto e comentarista Ralf Schumacher foi categórico em seu podcast “Backstage Boxengasse”, do canal Sky: “Acredito que a McLaren será imbatível no Bahrein”. Ele pondera, no entanto, que isso pode mudar se os próprios pilotos da equipe se atrapalharem entre si. E essa visão não é isolada.
George Russell, da Mercedes, também compartilha da opinião de que a McLaren ainda tem muito a mostrar: “Não acho que eles tenham revelado todo o potencial nas três primeiras etapas. Todas foram disputadas em temperaturas amenas”. Para ele, o verdadeiro desempenho do carro pode surgir agora, com as altas temperaturas esperadas no Bahrein e na Arábia Saudita. O britânico já havia declarado anteriormente que vê a McLaren com capacidade de vencer todas as corridas deste ano.
Além disso, Ralf Schumacher vislumbra a Ferrari como principal concorrente da McLaren na disputa pelo topo. “O desgaste dos pneus e as altas temperaturas favorecem a Ferrari”, avaliou o alemão. Em Suzuka, a equipe italiana mostrou consistência, e com Max Verstappen sempre na briga, o cenário promete equilíbrio — longe de qualquer domínio absoluto da McLaren.
Histórico desfavorável da McLaren no Bahrein
Apesar das previsões otimistas, a McLaren nunca venceu no circuito de Sakhir. E mais: já se passaram 15 anos desde a última vez que um piloto da equipe subiu ao pódio no Bahrein. Isso aconteceu em 2010, quando Lewis Hamilton terminou em terceiro lugar.
Curiosamente, Hamilton é o maior vencedor da história do GP do Bahrein, com cinco triunfos. No entanto, todos foram conquistados pela Mercedes, e não pela McLaren — equipe que ele deixou ao fim de 2012.
Brundle defende corridas menos agitadas
O desempenho morno da última etapa, realizada em Suzuka, levantou questionamentos entre os fãs. Jeremy Clarkson, apresentador britânico, foi às redes sociais e sugeriu que a Fórmula 1 deveria evitar circuitos com poucas chances de ultrapassagem. “Tenho uma ideia para deixar todas as corridas emocionantes: não escolham pistas onde é difícil ultrapassar”, escreveu no X (antigo Twitter).
O ex-piloto Martin Brundle rebateu a crítica e afirmou que nem toda corrida precisa ser espetacular: “É como uma colheita, às vezes é preciso ter paciência”. Ele lembrou que, nas quatro primeiras etapas da temporada, houve quatro vencedores diferentes — sinal de um campeonato equilibrado e competitivo.
Brundle comparou com o futebol: “Alguns jogos terminam 0 a 0. Outros são um 5 a 4 decidido no último minuto. Assim é o esporte”. Para ele, o foco das mudanças deve ser nos carros, e não nas pistas. A defesa de Suzuka, segundo Brundle, é também uma defesa da diversidade e complexidade do calendário da Fórmula 1.
Com isso, a expectativa se volta agora para o Bahrein, onde McLaren, Ferrari, Mercedes e Red Bull prometem mais uma batalha acirrada — ainda que o time de Woking siga atrás de uma vitória que teima em não vir.
